Futebol de mulheres: conquista ou concessão por interesses
Resumo
A partir de análise de diversas matérias de jornais e periódicos e de livros e artigos relacionados ao tema, afere-se que a historicidade da presença das mulheres no mundo dos esportes - particularmente do futebol - indica uma trajetória perpassada por relações de poder e pela dominação masculina, atrelada a um histórico de proibições e preconceitos, em uma alegação de “masculinização” biológica em função da suposta demanda do bolapé por dotes que, culturalmente, são considerados viris, como força e velocidade, vistos supostamente como atributos exclusivos do homem. Até aí, talvez nenhuma grande novidade. Porém, nos novos tempos prenunciadores de conquistas e novas visões, as prenoções, seja na gestão esportiva, seja nos investimentos ou nos discursos circulantes, mantém-se, embora progressivamente dissipem. Na contemporaneidade, em correspondência aos interesses midiáticos e capitalistas, o futebol de mulheres desponta, embora entre caminhos ainda árduos. Vitória da resistência das até então renegadas ou interesse do sistema que observa na modalidade mais um caminho para possíveis novos ganhos monetários?
Referências
-Adelman, M. Mulheres atletas: ressignificações da corporalidade feminina. Revista Estudos Feministas. Vol. 12. 2003. p. 445-465.
-Ballaryni, H. Por que a mulher não deve praticar o futebol. Revista Educação Physica. Vol. 49. 1940. p. 34-41.
-Benjamin, W. A criança, o brinquedo e a educação. Trad. Marcos Vinicius Mazzari. São Paulo. Summus. 1984.
-Bourdieu, P. Questões de Sociologia. Lisboa. Sociedade Unipessoal. 2003.
-Butler, J. The questiono f gender Joan W. Scott’s critical feminism. Indiana. University Press. 2011.
-Carloni, K. Requebrando os Quadris: jazz, gêneros e revistas ilustradas no Rio de Janeiro (1920). Locus - Revista de história. Vol. 25. Num. 2. 2019. p. 79-99.
-Dunning, E. O desporto como área masculina reservada: notas sobre os fundamentos sociais da identidade masculina e as suas transformações. In: Elias, N. A busca da excitação. Lisboa. Difel. 1992. p. 389-412.
-Franzini, F. Futebol é “coisa para macho”? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História. Vol. 25. Num. 50. 2005. p. 316-328.
-Goellner, S. V. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física. SP. Vol. 19. Num. 2. 2005.
-Goellner, S. V. Mulher e esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Pensar a Prática, Goiânia. Vol. 8. Num. 1. 2005. p. 85-100.
-Kupper, A. Os Segredos da Bola. São Paulo. Dialética. 2021.
-Martins, M. Z.; Silva, K. R. S.; Vasquez, V. As mulheres e o país do futebol: intersecções de gênero, classe e raça no Brasil. Movimento. Vol. 27. 2021. p. e27006.
-Teixeira, F. L. S.; Caminha, I. O. Preconceito no futebol feminino brasileiro: uma revisão sistemática. Movimento. Vol. 19. Num. 01. 2013. p. 265-287.
Copyright (c) 2025 Agnaldo Kupper

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçõo do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).