O abandono do futsal na iniciação desportiva
Resumo
A prática de futsal de competição faz com que as crianças participem em treinos exaustivos que exigem muito da sua capacidade física e psicológica. Em consequência disto, muitas crianças abandonam o desporto (dropout). Sendo assim, este trabalho teve como objetivo identificar o nível de abandono das crianças praticantes de futsal ao longo de um determinado período. O estudo caracterizou-se por ser documental, com análise longitudinal. Fizeram parte da pesquisa 65 atletas de quatro escolinhas distintas da região nordeste do Rio Grande do Sul, participantes da Copa Nordestão entre os anos de 2006 e 2011 e que atenderam aos critérios de inclusão.A competição é tradicional envolvendo escolinhas e clubes da cidade e região , todos os anos. Foram analisados os relatórios e as fichas de atletas das escolinhas participantes ao longo do período estudado. Os resultados mostraram queo índice de abandono geral dentro do período investigado foi de 65,14%. O abandono é maior na categoria “iniciação”, com 32% ao longo do período estudado.Uma das escolinhas inquiridas apresenta a maior taxa de abandono, com 78,57% em consequência do facto de não existirem outras escolinhas na cidade. O nível de afastamento temporário da prática desportiva e o nível de migração de atletas entre escolinhas apresentaram valores de 12,51% e 12,46%, respetivamente. Conclui-se que existe uma elevada taxa de abandono na prática do futsal competitivo nas camadas jovens, levando a um questionamento sobre as formas de competição e os métodos e objetivos das escolas de futsal da região. Sugerem-se estudos de carácter mais qualitativo para averiguar as causas das elevadas taxas de abandono desportivo
Referências
-Bara Filho, M. G.; Garcia, F. G. Motivos do abandono esportivo: um estudo retrospectivo. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 22. Núm. 4. p. 293-300. 2008.
-Barretto Neto, L. C. P. Estudo do caso de abandono esportivo na modalidade de basquetebol. Trabalho de conclusão de curso. UNESP. São Paulo. 2008. Disponível em:http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/tcc/brc/3141/2008/barrettoneto_lcp_tcc_rcla.pdf. Acesso em 17/04/2012.
-Cervo, A. L.; Bervian, P. A. Metodologia científica. Prentice Hall. 2002.
-Chiminazzo, J. G.; Montagner, P. C. Treinamento esportivo e burnout: reflexões teóricas. Revista Efdeportes. Buenos Aires. Ano 10. Núm. 78. 2004.
-Fonseca, G. M. M. Futsal: Metodologia de ensino. EDUCS. 1997.
-Fonseca. A história do futebol de salão em Caxias do Sul (1962-1996).Dissertação de Mestrado. UFRGS. Porto Alegre. 2000.
-Hallal, P. C.; e colaboradores. Fatores Intervenientes Associados ao Abandono do Futsal em Adolescentes. RevistaBrasileira Ciência e Movimento. Vol. 12. Núm. 3, p. 27-34. 2004.
-Knijnik, J. D.; Greguol, M.; Sileno, S. Motivação no esporte infanto-juvenil: uma discussão sobre razões de busca e abandono da prática esportiva entre crianças e adolescentes. Revista do Instituto de Ciências da Saúde. Vol. 19. Núm. 1. p. 7-13. 2001.
-Pires, D. A.; Brandão, M. R. F.; Machado, A. A. A síndrome de Burnout no esporte. Revista Motriz. Vol. 11. Núm. 3. p. 147-153. 2005.
-Ramos, A. M.; Neves, R. L. R. A iniciação esportiva e a especialização precoce: a luz da teoria da complexidade. Revista Pensar a Prática. Vol. 11. Núm. 1. p. 1-8. 2008.
-Rinaldi, W. Futebol: Manifestação Cultural e Ideologização. Revista da Educação Física UEM. Maringá. Vol. 11. Núm. 1. p. 167-172. 2000.
-Samulski, D. Psicologia do Esporte. Manole. 2002.
-Santana, W. C. Futsal: metodologia da participação. Londrina. Lido. 2001.
-Santana, W. C. Futsal: apontamentos pedagógicos na iniciação e especialização. Campinas. Autores Associados. 2004.
-Silva, A. L.; Ulrich, A. Z. A iniciação ao futsal para crianças: os riscos da especialização precoce. Revista Caminhos. Vol. 2. Núm. 3. p. 121-133. 2011.
-Weinberg, R. S.; Gould, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2ªedição. Artmed. 2001.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçõo do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).