O efeito de um protocolo de hidratação programado na performance física de árbitros de futebol em partidas do campeonato amador

  • Cristiano Ralo Monteiro Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
  • Milena Fogagnoli Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
  • Regis Bruni Andriolo Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
  • Lealdo Alves Machado Escola de Educação Física da Polícia Militar, São Paulo-SP, Brasil.
  • Yara Queiroga Confessor Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
  • Turibio Leite de Barros Neto Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
  • Japy Angelini Oliveira Filho Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP, Escola Paulista de Medicina-EPM, São Paulo-SP, Brasil.
Palavras-chave: Hidratação, Desidratação, Regulação da temperatura corporal, Frequência cardíaca, Futebol

Resumo

O objetivo deste manuscrito foi avaliar, em estudo prospectivo e transversal, as respostas fisiológicas e o desempenho de árbitros de futebol submetidos a protocolo de hidratação com isotônicos ou água. Foram estudados dez indivíduos, homens, idade média 37,1 ± 5,0 anos, do quadro do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo, em jogos do campeonato amador. Foi avaliado o peso corporal antes e após as partidas, a medida da diurese pós-pesagem, a frequência cardíaca média, e o estresse térmico (método de Yaglou, Minard, modificado). Aplicaram-se de forma alternada, o Protocolo de Hidratação Habituall (PHH) (800 mL de água), extraído de questionário respondido pelos árbitros participantes, e o Protocolo de Hidratação Proposta (PHP) (1300 mL de isotônico). Os jogos foram filmados e analisados pelos métodos de Withers - distância total percorrida e de Valquer - distribuição da distância em ações. Não houve diferença significativa (p<0,05) entre os protocolos de hidratação habitual e o proposto, em relação às seguintes variáveis: distância total percorrida, diferença percentual da distância total percorrida (segundo tempo versus primeiro tempo), frequência cardíaca média, diferença de peso corporal (pré e pós-partida), volume de líquidos ingeridos, taxa de sudorese, estresse térmico e percentual de desidratação. Concluímos que o uso de água ou isotônico não alterou os mecanismos de regulação térmica e o desempenho dos árbitros de futebol.

Referências

-Adan, A. Cognitive performance and dehydration. Journal of the American College of Nutrition. Vol. 31. Núm. 2. 2012. p. 71‐8.

-Altman, D. Practical Statistics for Medical Research. London. Chapman & Hall. 1997.

-American College of Sports Medicine. Position stand: exercise and fluid replacement. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 28. 1996a. Suppl. i-vii.

-American College of Sports Medicine. Position stand: heat and cold illnesses during distance running. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 28. 1996b. Suppl. i-x.

-Asami, T.; Togari, H.; Ohashi, J. Analysis of movement patterns of referees during soccer matches. In: Science and Football. T. Reilly, A. Lees, K. Davids, W.J. Murphy. eds. 1988. p. 341-345.

-Barr, S.I. Effects of dehydration on exercise performance. Canadian Journal of Applied Physiology. Vol. 24. Núm. 2. 1999. p. 164‐72.

-Caldwell, J.N.; Patterson, M.J.; Taylor NAs. Exertional thermal strain, protective clothing and auxiliary cooling in dry heat: evidence for physiological but not cognitive impairment. European Journal Applied Physiology. Vol. 112. Núm. 10. 2012.p. 3597-606.

-Casa, D. J.; e colaboradores. Influence of hydration on physiological function and performance during trail running in the heat. Journal of Athletic Training. Vol. 45. Núm. 2. 2010. p. 147-56.

-Castagna, C.; Abt, G. Intermatch variation of match activity in elite Italian soccer referees. Journal of Strength Conditioning Research. Vol. 17. 2003. p. 388-392.

-Castagna, C.; D’Ottavio, S. Effect of maximal aerobic power on match performance in elite soccer referees. Jounal of Strength Conditioning Research. Vol. 15. 2001. p. 420-425.

-Carter, R.; e colaboradores. Epidemiology of hospitalizations and deaths from heat illness in soldiers. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 37. Núm. 8. 2005. p. 1338-44.

-Catteeuw, P.; e colaboradores. Offside decision making of assistant referees in the English Premier League: impact of physical and perceptual-cognitive factors on match performance. Journal of Sports Sciences. Vol. 28. Núm. 5. 2010. p. 471-81.

-Catterall, C.; e colaboradores. Analysis of the work rates and heart rates of association football referees. British Journal of Sports Medicine. Vol. 27. 1993. p. 193-196.

-Coggan, A.R.; Coyle, E.F. Carbohydrate ingestion during prolonged exercise: effects on metabolism and performance. Exercise Sport Science Reviews. Vol. 19. 1991. p. 1-40.

-Costill, D.L.; Hargreaves, M. Carbohydrate nutrition and fatigue. Sports Medicine. Vol. 13. 1992. p. 86-92.

-D’Ottavio, S.; Castagna, C. Analysis of match activities in elite soccer referees during actual match play. Journal of Strength Conditioning Research. Vol. 15. 2001a. p. 167-171.

-D’Ottavio, S.; Castagna, C. Physiological load imposed on elite soccer referees during actual match play. Journal of Sports Medical Physical Fitness. Vol. 4. 2001b. p. 27-32.

-Ekblom, B. Applied physiology of soccer. Sports Medicine. Vol. 3. 1986. p. 50-60.

-Epstein, Y.; e colaboradores. Psychomotor deterioration during exposure to heat. Aviation Space Environmental Medicine. Vol. 51. Núm. 6. 1980. p. 607-10.

-Federation Internationale de Football Amateur. Football development, players’ health. Playing in the heat. 2014. Disponível em: Website. http://www.fifa.com/development/medical/players-health/minimisingrisks/heat.html

-Giampaoli, E.; Saad, I.F.S.D.; Cunha, I.A. Normas de Higiene Ocupacional (NHO 06) Avaliação da exposição ocupacional ao calor. São Paulo, IL: Ministério do Trabalho e Emprego - Fundacentro. 2002.

-Gisolf, C. V.; Duchman, S.M. Guidelines for optimal replacement beverages for different athletic events. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 24. 1992. p. 679-687.

-González-Alonso, J.; e colaboradores. Dehydration reduces cardiac output and increases systemic and cutaneous vascular resistance during exercise. Jounal of Applied Physiology. Vol. 79. Núm. 5. 1995. p.1487-96.

-González-Alonso, J.; Mora-Rodríguez, R.; Coyle, E.F. Stroke volume during exercise: interaction of environment and hydration. American Journal of Physiology Heart Circulation Physiology. Vol. 278. Núm. 2. 2000. p. H321-30.

-Grandjean, A.C.; Grandjean, N.R. Dehydration and cognitive performance. Journal of the American College of Nutrition. Vol. 26. Suppl. 5. 2007. p. 549S-554S.

-Harley, R.A.; Tozer, K.; Doust, J. An analysis of movement patterns and physiological strain in relation to optimal positioning of association football referees. 1990.

-Judelson, D.A.; e colaboradores. Hydration and muscular performance: does fluid balance affect strength, power and high-intensity endurance? Sports Medicine. Vol. 37. Núm. 10. 2007. 907-21.

-Kenefick, R.W.; e colaboradores. Hypohydration effects on thermoregulation during moderate exercise in the cold. European Journal of Applied Physiology. Vol. 92. Núm. 4-5. 2004. 565-70.

-Krustrup, P.; Bangsbo, J. Physiological demands of top-class soccer refereeing in relation to physical capacity: effect of intense intermittent exercise training. Journal of Sports Sciences. Vol. 19: 2001. p. 881-891.

-Krustrup, P.; e colaboradores. Activity profile and physical demands of football referees and assistant referees in international games. Journal of Sports Sciences. Vol. 27. Núm. 11. 2009. p. 1167-76.

-Krustrup, P.; Mohr, M.; Bangsbo; J. Activity profile and physiological demands of top-class soccer assistant refereeing in relation to training status. Journal of Sports Sciences. Vol. 20. 2002. p. 861-871.

-Leatt, P. The effect of glucose polymer ingestion on skeletal muscle glycogen depletion during soccer match play and its resynthesis following a match. Master’s Thesis. University of Toronto. 1986.

-Maughan, R.J.; Leiper, J.B. Fluid replacement requirements in soccer. J. Sports Sci. Vol.12. 1994. p. S29-S34.

-McDermott, B.P.; e colaboradores. National Athletic Trainers’ Association Position Statement: Fluid Replacement for the Physically Active. Journal of Athletic Training. Vol. 52. Núm. 9. 2017. p. 877-95.

-Montain, S.J.; e colaboradores. Thermal and cardiovascular strain from hypohydration: influence of exercise intensity. International Journal of Sports Medicine. Vol. 19. Núm. 2. 1998. p. 87-91.

-Murray, B. Reposição de fluidos, posição do Colégio Americano de Medicina do Esporte. Vol. SSE13. Núm. set/out. 1997.

-Mustafa, K.Y.; Mahmoud, N.E.A. Evaporative water loss in African soccer players. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. Vol. 19. 1979. p. 181-183.

-Nielsen, B.; e colaboradores. Human circulatory and thermoregulatory adaptations with heat acclimation and exercise in a hot, dry environment. The Journal of Physiology. Vol. 460. 1993. p. 467-85.

-Nielsen, B.; e colaboradores. Acute and adaptive responses in humans to exercise in a warm, humid environment. Pflügers Archiv - Eurepean Jornal of Physiology. Vol. 434. Núm. 1. 1997. p. 49-56.

-Nikolaidis, P.T.; e colaboradores. Determinants of acceleration and maximum speed phase of repeated sprint ability in soccer players: a cross-sectional study. Sci Sports. Vol. 30. Núm. 1. 2015. p. e7-e16.

-Parker S.M.; e colaboradores. The effect of prolonged light intensity exercise in the heat on executive function. Wilderness Environmental Medicine. Vol. 24. Núm. 3. 2013. p. 203-10.

-Rebelo, N.; e colaboradores. Reduce in intense intermittent exercise performance during a soccer match apud Krustrup P, Bangsbo J. Journal of Sports Sciences. Vol. 19: 2001. p. 881-891.

-Rodriguez, N.R.; Di Marco, N.M.; Langley, S. Nutrition and athletic performance. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 41. Núm. 3. 2009. p. 709-31.

-Sawka, M.N.; e colaboradores. American college of sports medicine position stand. Exercise and fluid replacement. Medicine Science Sports Exercise. Vol. 39. Núm. 2. 2007. p. 377-90.

-Sawka, M.N.; e colaboradores. Human tolerance to heat strain during exercise: influence of hydration. Journal of Applied Physiology. Vol. 73. Núm 1. 1992. p. 368-75.

-Sawka, M.N.; e colaboradores. Thermoregulatory and blood responses during exercise at graded hypohydration levels. Journal of Applied Physiology. Vol. 59. Núm. 5. 1985. p. 1394-401.

-Silva, A.I.; Fernandez, R. Dehydration of football referees during a match. British Journal of Sports Medicine. Vol. 37. 2003. p. 502-506.

-Silva, A.I.; Fernandes, L.C.; Fernandez, R. Time motion analysis of football (soccer) referees during official matches in relation to the type of fluid consumed. Brazilian Journal of Medical Biological Research. Vol. 44. Núm. 8. 2011. p. 801-09.

-Schenk, K.; Bizzini, M.; Gatterer, H. Exercise physiology and nutritional perspectives of elite soccer refereeing. Scandinavian Journal Medicine & Science Sports. Vol. 28. Núm. 3. 2018. p. 782-93.

-Shirreffs, S.M.; Maughan, R.J. Rehydration and recovery of fluid balance after exercise. Exercise Sport Sciences Review. Vol. 28. Núm. 1. 2000. p. 27-32.

-Smith, M.F.; Newell, A.J.; Baker, M.R. Effect of acute mild dehydration on cognitive-motor performance in golf. Journal of Strength Conditioning Research. Vol. 26. Núm. 11. 2012. p. 3075-80.

-Valquer, W. Distância percorrida e padrões de deslocamento de atletas profissionais de futebol durante a partida. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. São Paulo. 2002.

-Withers, R.T.; e colaboradores. Match analyses of Australian professional soccer players. Journal of Human Movement Studies. Vol. 8. 1982. p. 159-176.

Publicado
2022-03-24
Como Citar
Monteiro, C. R., Fogagnoli, M., Andriolo, R. B., Machado, L. A., Confessor, Y. Q., Barros Neto, T. L. de, & Oliveira Filho, J. A. (2022). O efeito de um protocolo de hidratação programado na performance física de árbitros de futebol em partidas do campeonato amador. RBFF - Revista Brasileira De Futsal E Futebol, 13(54), 419-428. Recuperado de https://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/1119
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original